O que dizer o que pensar, sem
muito que fazer, fica o vazio onde nada passa sem ser percebido. No tempo
passando lentamente, reflito e pergunto o que acontece em volta das pessoas que
não consegue ver, ou organizarem suas idéias,
seus afazeres, deixando acumular coisas por todos os cantos. Seria o peso do
tempo, ou seriam cargas que não foram organizadas. Vivo nesse mundo onde
observo e nada posso fazer para ajudar, ficando o peso parado no canto,
acumulando cargas que ficaram esquecidas em algum lugar em algum canto. Tem
momentos que penso que o universo gira em torno de todos, mais ninguém observa,
fica aquele clima de que nada sei nada passei e o que sou. Não existe
explicação, não existe certeza, não existe clareza de nada. A plenitude de
estarmos vivo é o que alimenta o universo, e o universo gira, gira e não para
nunca. E nós girando juntos tentando nos encaixar em qualquer canto, para
encontrar um ar para respirar e continuar a obra do tempo, que ninguém sabe
como surgiu, como aconteceu e como gira. Pessoas se esbarram, se conhecem,
vivem em relacionamentos de amizade ou de amor, mais não criam laços, em alguns
casos, vínculos, os filhos, que são os fios de um relacionamento que aproxima,
que marca e não acaba. Acordamos, nos preocupamos, sorrimos, vivemos, entramos
num mundo que foca no tempo, afunilando no tempo que leva cada um para um canto,
sem sabermos onde vamos parar, ficando imóveis na urna que leva para onde ninguém
sabe. E assim os que ficam viram as costas, choram e vão embora, deixando ali
sozinho quem um dia teve vida.
