A vida passa rápido

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Saudades de uma mãe

Entre uma lembrança e outra, eu vejo o tempo passando e tudo mudando na vida de todos. Eu tinha uma família de oito irmãos, um pai e uma mãe. O tempo foi passando cada um foi fazendo a sua família. Ficou meu pai e minha mãe, com dois filhos em casa. Ali via-se que eles esperavam o tempo passar. Cada qual com seus medos. Meu pai com medo da morte, minha mãe com medo de deixar seus oito filhos. Nossas festas de natal era almoço de natal, onde cada filho aparecia porque tinha uma família, mãe e pai. Força maior da família. Quando esse laço se rompe parece que a família acaba, fica cada qual no seu mundo sem saber o que se passa com o outro. Minha mãe partiu para outra eternidade, depois meu pai a seguiu, depois uns dos meus irmãos. E aqui ficamos nós. Sete órfãos cada um com sua história, seus problemas e suas dores. É muito difícil seguir sem mãe, pois querendo ou não, mãe significa proteção, berço, colo, desabafo, segurança, tudo que os filhos precisam. Mesmo que a família não seja o exemplo que se espera. Mas família sempre é família, por mais errada que seja, ali existiu uma mãe. Hoje no quarto vazio, fico a pensar em todos os que estão a lembrar, de uma mãe que nós braços um dia, colocou no colo, para nosso choro acalmar. Hoje todos estão a se virar, com seus filhos o com seus netos, a luta a enfrentar, e com seus comandos a levar, uma batalha que nela mais tarde vai ficar, a lembranças do mestre, que aquele lugar ela tentou comandar, mais era um navio, que ninguém sabia remar, levando assim seus herdeiros a naufragar, pois não tinha salva vidas para ajudar. Doi saber, que a ignorância herdada de um destino, de muitos que ali chegaram, poucos não aproveitaram a lancha que passava para levar para uma vida solida, onde coisas novas poderiam aprender. Vejo pessoas distantes que fazem parte da minha vida, mas ficam tão distante em um mundo sofrido, que não consigo chegar. O que vejo me repudia, saber que tantas coisa erradas, para alguns parecem ser certas, fazendo tudo acontecer de um modo sem disciplina, onde cada um vive como pode, na luta da sobrevivência. Crianças com mãe drogada, filhos sem mãe amada, mãe vendo seus filhos a caminhar para um mundo que nem mesmo ela sabe onde é esse lugar. Meu coração dói só em saber, que nesse mundo existem lugares em que as pessoas procuram, entrando para o escuro, para nele ficar, para seus problemas nele jogar, e no abismo profundo acabam de ficar. E com isso seus filhos ajudam a enterrar pois no mesmo buracos eles também vão entrar.


Neusa Maria dos Santos.


São José, 24 de dezembro de 2013.

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